segunda-feira, 5 de maio de 2014

Notícia do Fantástico...Enem e as polêmicas das redações.

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Das dez redações feitas pelo Fantástico, quatro foram zeradas pelo Enem. Seis pontuaram. Uma delas, com boa média: 600 pontos.
Nós reunimos no Rio de Janeiro cinco especialistas em redações vindo de quatro estados. Eles avaliaram as provas sem saber que foram feitas por jornalistas. Dadas as notas, revelamos.
Redação com o hino do Ibis
"O importante é ler as redações, a fim de que as notas sejam justas. E cantar o hino do Íbis, o pior time do mundo: ‘Vamos, meu Ibis, à luta. Em qualquer disputa, estaremos ao seu lado’", dizia a primeira redação.
A banca do Fantástico concordou com o Enem e o hino do Ibis zerou a prova.
Redação com parágrafo escrito com a língua do “P”
Outra redação zerada pelo Enem: um parágrafo escrito na língua do “P”. Mas nenhum dos professores da banca do Fantástico consideraram a língua do “P”.
Todos concordaram também com a anulação da prova com trechos de letra de música.
Redação com recado para o avaliador
E quando há um recado ao avaliador: "Será que meu corretor vai permitir que meu texto seja aprovado? Ou vale barbaridade como no exame passado?" Todas essas redações foram zeradas.
Nas quatro redações, nossos avaliadores e o Enem concordaram e elas estão entre as 1.398 que foram zeradas por causa do deboche. Como o Enem, eles pontuaram outras duas redações polêmicas, mas deu grande diferença nas notas.
Redação com recado para o Papai Noel
“Por isso, Papai Noel, peço ao senhor que ilumine a cabeça dos magistrados brasileiros no próximo Natal!”
Agostinho Dias Carneiro, professor de letras da UFRJ: “Considerei isso uma inserção um pouco infantil e tirei os pontos por aqui. Então, ele está com 620”.
Fantástico: O resto do texto está bom?
Agostinho Dias Carneiro: O resto do texto é bom.
Wilton Ormundo, professor de português: Eu pontuei bem baixo. Foram 210 pontos.
Agostinho Dias Carneiro: As instruções para os avaliadores são altamente subjetivas e fragmentadas.
Fantástico: Então, isso permite uma avaliação mais subjetiva.
Agostinho Dias Carneiro: Com certeza.
São avaliadas cinco competências em uma redação. Cada uma vale 200 pontos. Basicamente, os professores querem saber se o aluno é capaz de escrever um texto coerente, com boa argumentação e uso da língua formal.
Cada redação é corrigida por dois avaliadores. Se as notas tiverem diferença de mais de 100 pontos, um terceiro avaliador é chamado. E, segundo o MEC, quase a metade dos textos - cerca de 2,5 milhões de redações - foi para o terceiro corretor.
Permanecendo a dúvida, o texto vai para uma banca de especialistas. “Você vê que essa inserção do Papai Noel gerou, aqui entre nós, cinco posições bem diferentes, e nenhuma delas está errada”, declara Cláudio Cezar Henriques, professor de letras da UERJ.
Redação que fere a norma do uso da língua formal
A redação seguinte fere a norma de uso da língua formal. É escrita com as abreviações usadas em mensagens de texto, ou conversas por computador.
“Esse texto não pode ser penalizado porque apresenta o ‘internetês’, afirma o professor de português Osvaldo Menezes Vieira.
“Se é problema de grafia, não é um problema que interfira na organização mental do texto. Isso é só um problema de grafia. Então, o desconto aí é pequeno”, diz Agostinho Dias Carneiro, professor aposentado de letras UFRJ.
“Eu dei 240. Porque, a despeito de haver problema de ortografia. Mas há problemas também na consistência narrativa”, explica Chico Viana, professor de letras da UFPB.
‘Internetês’ não anula a prova, mas não é uma boa ideia usar. A nota cai muito.
Redação com erros históricos
A redação com os erros históricos tirou 600 pontos no Enem e foi a que mais dividiu opiniões entre os professores da nossa banca. O texto diz, entre outros absurdos, que a Lei Seca foi criada na ditadura militar, pelo AI-5, que o carro foi inventado na idade média e que o presidente Getúlio Vargas, que se suicidou, morreu em acidente depois de um jantar em que bebeu vinho.
“Lembra o ‘samba do criolo doido’”, afirma o professor Chico Viana.
Dois professores deram zero. “A proposta de redação avisou claramente para esse aluno que é impedido que ele adentre a universidade, uma vaga pública gratuita de qualidade com um texto que é incoerente e promove um certo deboche a respeito da proposta”, declara o professor de português Osvaldo Menezes Vieira.
Dois professores deram notas parecidas, baixas: 300 e 280. “Em certo momento, a gente fica naquela dúvida: Houve propósito de excessos indevidos para ironizar, ou realmente desconhecimento histórico?”, indaga o professor aposentado Chico Viana.
“Você vai encontrar, sim, muitos estudantes brasileiros mal preparados e que escreveriam absurdos mais ou menos semelhantes a este aqui”, afirma o professor de português Wilton Ormundo.
E um dos nossos professores convidados deu a redação controversa a mesma nota que o Enem: 600. Lembramos: uma nota boa, que pode dar acesso à universidade.
“Não fico feliz por isso não. Mas admito que seria assim, uma espécie de paródia, uma sátira”, explica Cláudio Cezar Henriques, professor de letras da UERJ.
“Com 600, eu acho que você está dando um recado errado para esse candidato. Ele vai ingressar na universidade sem conhecimentos mínimos que ele deveria ter como cidadão, inclusive”, ressalta o professor Wilton Ormundo.
Essa redação, cheia de erros históricos, ficou na faixa de maior concentração das notas do Enem. Quase 28% dos candidatos tiraram entre 500 e 600 pontos.
Redações com apenas cinco ou seis linhas originais
Os casos mais graves são os de três redações. Os jornalistas do Fantástico escreveram apenas cinco ou seis linhas originais, e completaram a resto com cópia. Dois nem tentaram disfarçar. Tiraram trechos dos textos que serviam de base para a própria redação.
Como um ‘copiar-colar’ feito à mão. O último, copiou trechos de questões da prova aplicada no mesmo dia, parágrafos inteiros, que nem tinham relação com o tema Lei Seca.
Redações pontuaram mesmo ferindo critério técnico do Enem
E todos pontuaram, mesmo ferindo um critério técnico do Enem. Que diz o seguinte: se houver cópia esse trecho copiado deve ser desconsiderado. E o avaliador vai corrigir só o que sobrar de autoria do candidato, mas para isso é preciso que tenha pelo menos sete linhas, sem as sete linhas, é zero.
Na nossa banca, todas zeraram. Mas no Enem tiraram 260, 380 e 440 pontos.
Professor Wilton: Esse não é nem subjetivo. Seria uma razão bastante objetiva para zerar.
Professor Osvaldo: Dois avaliadores que não se conhecem, em lugares diferentes do país, darem nota para um texto que é claramente cópia dos textos motivadores? Então, é inaceitável.
Avaliador do Ministério da Educação é remunerado por produtividade
No ano passado, o Ministério da Educação contratou e treinou 7.121 avaliadores. Cada redação foi corrigida por dois corretores, que podiam estar em extremos opostos do país. Eles recebiam pelo computador no mínimo 50 redações por dia. O avaliador é remunerado por produtividade. Quanto mais redações corrigir, mais dinheiro vai ganhar.
Fantástico: Como o senhor avalia a avaliação feita dessas provas?
Francisco Soares, presidente do INEP: A avaliação cumpriu a função que a gente esperava.
Essas dez redações elas receberam notas adequadas ao que elas tinham para apresentar. Nós não temos um sistema falhando aqui.
Os corretores do Enem assinam um compromisso de confidencialidade. Não podem falar sobre o processo. Por isso, uma professora não mostra o rosto. Ela diz que se inscreveu para poder preparar melhor seus alunos do ensino médio, conhecendo o sistema por dentro.
Fantástico: E qual foi a sua impressão?
Corretora: Muito boa, muito boa.
Ela conta que chegou a receber 150 redações em um só dia para corrigir. Mas se recusou.
Corretora: Eu não consigo. Eu corrijo 50 redações. Eu não queria e não saberia corrigir 100 redações. Corrigir muitas em um dia pode trazer mais cansaço, pode provocar mais cansaço, mas ainda que esteja muito cansado, nós quase decoramos a proposta.
Fantástico: Então, não dá para passar despercebido?
Corretora: Não. Nao deve passar despercebido.

Presidente do INEP fala sobre possível falha na correção das redações
Segundo o MEC, 3.185 redações foram zeradas por causa de cópia ano passado. Outras quase nove mil zeraram porque não tinham sete linhas.
Fantástico: Como estas passaram?
Francisco Soares, presidente do INEP: Primeiro, vamos deixar claro de que essas redações foram construídas por pessoas sofisticadas. Essa sofisticação não corresponde ao aluno típico. Então, nesse caso, os textos começam com linhas autorais e a cópia está espalhada.
Fantástico: O senhor me desculpe, mas eu vou insistir. Porque são cinco linhas autorais e o resto é tudo cópia. Não é nem reescrito, é cópia.
Francisco Soares: Mas eu quero insistir que existiam linhas autorais. Em uma correção de redação, há uma dimensão subjetiva. Por isso é que nós temos mais de um corretor. Aqui está se discutindo que ela devia ter zero. Mas eu tive notas muito baixas. De 260, de 300 e pouco.
Fantástico: De 440.
Francisco Soares, presidente do INEP: De 440, abaixo dos 500 pontos que seria o ponto que o Inep considera como o nível mínimo que alguém que está terminando o ensino médio deve ter.
Fantástico: Dependendo do desempenho dele nas outras provas, ele pode ter acesso à universidade, não pode?
Francisco Soares, presidente do INEP: O critério de uso da nota do Enem é um critério da universidade. Sim, esse aluno, ele pode ser admitido na universidade com essa nota. Fica muito mais difícil porque essa nota está baixa e há uma enorme competição.
Só neste ano, mais de 170 mil alunos estraram em universidades públicas com o resultado do Enem. Mesmo com possíveis erros de avaliação, a melhor maneira de brigar por uma vaga é se preparar bem, e levar o exame a sério.


21 comentários:

  1. Respostas
    1. Chega até ser cômico esses textos com tantos erros terem notas tão altas, como no caso da redação cheia de erros históricos tem pontuado 600. Outro ponto é a questão dos critérios de avaliação que é bem claro, e no momento da correção parece passar despercebido. Virou até motivo de piada, tem candidatos que nem levam mais a sério a redação do enem, exemplo disso foi a receita do miojo no final da redação, que teve uma boa pontuação. Flávia Karolina 2° ano 4

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  2. Nossa... realmente é interessante ver a forma como nossos "avaliadores" corrigem nossas ditas provas... Mas permitir o uso do "internetês" o "copia e cola"? Isso é meio estranho e na minha opinião é falta de atenção dos corretores... foi um texto bastante esclarecedor para entender e se previnir contra esses "erros" de redação... 2° ano 04

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  3. Permitir o uso da internet isso e totalmente estranho pois assim os alunos nao teram nenhum interesse em estudar os temas que serão abordados jaqueline sousa 2°02

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  4. É injusto para com os alunos que estudam muito tiram uma nota inferior a das pessoas que não estudaram e copiaram da internet.
    Adriele Eliandra 2°02

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Na minha visão primeiramente algumas escolas tem que motivar os alunos a estudarem ,ate mesmo os pais em casa,pois ,penso que o principio de tudo é a educação,primeiramente a que voce recebe de casa e depois a que recebe da escola,então ,existem alunos que nao se interessam tanto em fazer uma boa redaçao ,nao levam tão a serio. É importante a forma de avaliaçao dos corretores ,mais deve ter mais desemprenho de alunos,e de alguns professores que infelizmente andam desmotivados por questoes que ja sabemos ... todos os alunos sao capazes de fazer uma boa redaçao.. Melissa Suyane. ( 2 ano 4)

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  7. Eu acho que deveria ocorrer a demissão dos corretores que avaliam mal as provas , deixando passar esses erros insanamente graves , o uso do internetês em redação é um erro sujeito a zerar a prova na minha opinião , isto deixa claro que o aluno desconhece as normas da língua formal , a respeito do copia - cola , a redação deve conter informações vindas do aluno , ele deve por o seu conhecimento na redação e não copiar exemplos , por mim eu zerava as redações que apresentassem os erros citados acima . Eduardo Leandro 2° 04

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  8. Um erro desses em um exame conhecido e revoltante,principalmente um participante do ENEM fazer uma redaçao com erros de ortografia,escrito em internetês e hinos e conseguir uma pontuaçao alta como 440,desvaloriza o esforço dos outros participantes q estudaram e pontuaram menos
    P.S. Postei pela minha amiga que esta enfrentando problemas para comentar o post... entao ela me passou o texto dela que é o referido acima
    Maria Rosana 2°ano 4

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  9. É uma incoerência a forma como esses ditos "corretores" avaliam nossas provas, fiquei particurlarmente indignado nunca acreditaria que nossas provas são corrigidas com tanto esmero pois não existe outra palavra a esse tipo de coisa. Permitir o uso do "internetês"? Isso não existe! Nossas provas devem ser avaliadas de acordo com a Norma Culta e o Português coloquial, pois é uma injustiça que contém pontos com uma gramática dessas.
    David Riojas 2 ano 04

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  10. Me admira uma prova tão seria,concorrida nacionalmente ,ser analizada de uma forma tão absurda.Onde pessoas não levam a sério e conseguem atingir boas notas,tirando o lugar de muitas pessoas que por motivos aceitáveis não conseguem atingir a média. Mas, este é o Brasil...buscando melhorias para uma boa educação, enquanto próprios, poucos, educadores não valorizam seu poder de correção.
    Eloysa Rabaioli - 2º 18'

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  11. Nem no ENEM as pessoas levam a serio onde vamos parar desse jeito .Valdinaira Evaristo 2° 2

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  12. Chegar a ser engraçado ler toda essa reportagem. Como pode uma redação com o uso do internetês, outra com cinco linhas apenas receber uma nota significativa assim? É certo que abaixo de 500 pontos é considerado uma média ruim, porém se o candidato tiver notas melhores em outras matérias ele pode entrar em alguma universidade.
    Mas isso chega a ser um grande insulto com os alunos que levam a sério seu estudo e se dedicam ao máximo da avaliação, e ao fim recebem uma nota , às vezes, igual ou mesmo inferior à daqueles que usaram em seu exame um deboche total. Isso é uma falta de respeito e de responsabilidade por parte desses avaliadores.
    Roberta Chrystiane 2º ano 04

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  13. É terminantemente claro que não se há respeito algum aos candidatos que estudam pra fazer o Enem se preocupando com erros ortográficos, além de levar a essência do título. Além de deboche, virou uma zorra . Lara 2º 18

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  14. Incrível como até uma prova importantíssima que garante o futuro de muitos jovens é banalizada no Brasil. Como se tivesse conteúdo em um texto inútil com hinos de time, com pedidos e como houve no ano passado, até com receita de miojo. No meu ponto de vista isso é um deboche com o avaliador e com os outros candidatos, e não interessa se o "resto do texto foi bom" como diz um ali a cima, teria que desclassificar e dar chance para as pessoas que realmente estudaram e que têm um objetivo. É um absurdo ter redações copiadas da internet, com a linguagem usada na mesma e certas ignorâncias relacionadas à ortografia. Falta seriedade na realização do ENEM.
    Vedrana Letícia, 2 ano 06.

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  15. O ENEM tem seus erros e defeitos, mas ainda realiza o sonho de muitos jovens de estar cursando uma faculdade pública ou privada, além disso o indivíduo que coloca piadas, hinos, receitas de comidas numa redação, estar prejudicando a si mesmo e não aos outros.
    Thiago Nascimento, 2 ano 06

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  16. É muito injusto a falta de atenção dos avaliadores das redações,pois o aluno estuda o suficiente para poder alcançar uma boa nota e chega um outro aluno que menos estudou e alcança uma nota maior.
    Portanto, aos avaliadores que prestem mais atenção ao avaliarem as redações
    Melissa Braga ( 2 ano 2)

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  17. O uso da internet é injusto pois assim os alunos não irão ter nenhum interesse em estudar para que se saiam bem na redação.

    2ºano 2

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  18. Para alguns foi ótimo ter escrevido errado e ter ganhado uma pontuaçao boa e aquele que estudou e escreveu corretamente acaba não tendo uma pontuaçao boa.... isso é injusto então deveria ter mais atenção e responsabilidade das pessoas que corrigem a redação e ainda mais sendo o ENEM algo que hoje em dia é tantos querendo fazer uns se esforçam e outros não.( Taís Rafaela 2○ 2 )

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  19. Realmente se torna um descaso com quem passa a maior parte do seu tempo se preparando, deixando outras coisas de lado para estudar. Enquanto pessoas que não estão nem aí se dão bem. Falta uma vigorosa e eficaz atenção nas avaliações.
    Brenda Loren (2º5)

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  20. Descaso com Jovens e adultos que fazem o enem, que não irão mais confiar em suas notas, que talvez tenham perdido oportunidades de vida por desleixo de corretores que não assumiram as devidas responsabilidade de quando aceitaram esse compromisso.A espera de justificativas e atitudes esta ocorrendo.O enem 2014 esta próximo, e a população não quer ser prejudicada por invalidas notas dadas por "professores" que não assumem o cargo. Sarah rebeca , 2°1 , n°29

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