terça-feira, 10 de julho de 2012

Temas de redação para o Recesso. PRATIQUE.

Você pode enviar por imail. ( soniarodrigues06@yahoo.com ).
QUESTÃO 01

Leia este trecho:

... qdo dei por mim estava casado, com 3 filhos e renascido. na sequencia dos fatos fizemos, pedro e eu uma dupla, como os bros Johnson, baixista e guitarrista cantando e swingando, fizemos, mais ele do q eu uns grooves, uns balanções e mesmo uma ‘melô’, cortamos umas demos e começamos a circula-las. entre este momento e a especie d desfecho q veio uns seis meses depois houve este periodo em q tentamos arranjar um casamento d conveniencia entre esta nossa ideia e a bagagem pessoal e artistica d um Arnaldo dias batista recem emigrado d sampa, tb exilado histórico do grupo q tinha fundado e sem ter, exatamente, uma perspectiva. quase previsivelmente, ñ colou, o q é tudo q se precisa saber para ñ desviar a narrativa. encerrado este breve porem intenso interludio refizemos em casa uma demo do projeto ‘duo’ e destarte pusemos um pé na porta da então phonogram, a Phillips. na hora ‘h’ a ‘junta’ diretora da gravadora nos deu um dá ou desce: as musicas eram o.k. mas dupla, só d sushi, no maximo sashimi, d artista ñ (ñ havia sido instaurada ainda a necessidade da espingarda d 2

canos).

Disponível em www.lulusantos.com.br. Acessado em 18 maio 2003.
Nesse trecho, convivem traços de diferentes registros de linguagem: o formal e o coloquial.

IDENTIFIQUE alguns desses traços, associando-os ao seu registro, e EXPLIQUE a convivência deles no trecho dado.

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QUESTÃO 02

Leia estes trechos:

TRECHO 1

Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria (1839-1908). Instinto de Nacionalidade. In: Queda que as mulheres têm para os tolos e outros textos. Belo Horizonte: Crisálida, 2003. p. 57. (Grafia atualizada)

TRECHO 2

Basta pensar que a língua brasileira é outra. Uma pequena mostra de erros de redação coletados na imprensa revela que o português aqui transformou-se num vernáculo sem lógica nem regras.

FELINTO, M. Folha de S.Paulo. In: BAGNO, M. Ensino de português: do preconceito lingüístico à

pesquisa da língua. Boletim da ABRALIN. Brasília, n. 25, 2000. p. 3.

TRECHO 3

Sempre me perguntam onde se fala o melhor português. Só pode ser em Portugal.

DUARTE, S. N. Jornal do Brasil. In: BAGNO, M. Ensino de português: do preconceito lingüístico à pesquisa da língua. Boletim da ABRALIN. Brasília, n. 25, 2000. p. 3.

TRECHO 4

O que acontece é que a língua portuguesa “oficial”, isto é, o português de Portugal, não aceita o pronome no início da frase.

CIPRO NETO, P. Nossa Língua Portuguesa. In: BAGNO, M. Ensino de português: do preconceito
Tomando como base o posicionamento de Machado de Assis no final do século XIX (Trecho 1), REDIJA um texto, refutando as ideias sobre o mesmo assunto, propostas na atualidade (Trechos 2 a 4)

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QUESTÃO 03

Considere este conceito:

“O sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração.”

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p. 119.

REDIJA um texto, explicitando por que esse conceito não se aplica a cada uma das seguintes frases:

1. Eu vos declaro marido e mulher.

2. Dessa água, nós não bebemos de jeito nenhum.

QUESTÃO 04

Leia este trecho:

1. Isto é para quando você vier. É preciso estar preparado. Alguém terá que preveni-lo. Vai entrar numa terra em que a verdade e a mentira não têm mais os sentidos que o trouxeram até aqui. Pergunte aos índios. Qualquer coisa. O que primeiro lhe passar pela cabeça. E amanhã, ao acordar, faça de novo a mesma pergunta. E depois de amanhã, mais uma vez. Sempre a mesma pergunta. E a cada dia receberá uma resposta diferente. A verdade está perdida entre todas as contradições e os disparates.

CARVALHO, Bernardo. Nove noites. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 7.

REDIJA um texto...

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QUESTÃO 05

Leia este trecho:

Três náufragos cegos: Homero, Joyce e Borges, à deriva num mar de palavras. Seu navio bateu numa metáfora – a ponta de um iceberg – e foi ao fundo. Seu bote salva-vidas é levado por uma corrente literária para longe das rotas mais navegadas, eles só serão encontrados se críticos e exegetas da guarda costeira,

Que patrulham o mar, os descobrirem na vastidão azul das línguas e os resgatarem de helicóptero. E, mesmo assim, se debaterão contra o salvamento. São cegos difíceis.

VERÍSSIMO, Luis Fernando.

Considerando essas reflexões, REDIJA um texto, interpretando as metáforas que remetem ao processo de composição de obras literárias.

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QUESTÃO 06

Leia estes trechos:

TRECHO 1

Sou antes um espectador do meu século do que do meu país; a peça é para mim a civilização, e se está representando em todos os teatros da humanidade, ligados hoje pelo telégrafo.

...
As paisagens todas do Novo Mundo, a floresta amazônica ou os pampas argentinos, não valem para mim um trecho da Via Appia, uma volta da estrada de Salerno a Amalfi, um pedaço do cais do Sena à sombra do velho Louvre.

NABUCO, Joaquim. Minha formação. Porto Alegre: Paraula, 1995. P. 35 e 40.

TRECHO 2

Você fala na “tragédia de Nabuco que todos sofremos”. Engraçado! Eu há dias escrevia numa carta justamente isso, só que de maneira mais engraçada de quem não sofre com isso. Dizia mais ou menos: “O Dr. Chagas descobriu que grassava no país uma doença que foi chamada de moléstia de Chagas. Eu descobri outra doença mais grave, de que todos estamos infeccionados: a moléstia de Nabuco”. É preciso começar esse trabalho de abrasileiramento do Brasil, dizia eu noutra carta, a um rapaz de Pernambuco.

Carta de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade, 1924. In: Carlos & Mário: correspondência completa entre Carlos Drummond de Andrade (inédita) e Mário de Andrade. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2003. P. 70.

Com base na leitura desses trechos, bem como na leitura de Minha formação, de Joaquim Nabuco, REDIJA um texto, explicando em que consiste a “moléstia de Nabuco”.



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